terça-feira, dezembro 12, 2006

Coconut Island

Não me podia ir embora sem dedicar um post completo a Coconut Island e ao tempo que passei aqui. A ilha não é muito grande, por isso conheci-a de ponta-a-ponta, incluindo as armações onde estão os Roazes-Corvineiros e a Falsa Orca (fui lá hoje à tarde, não é um mito). Posso dizer que é um sítio muito especial para se trabalhar e um sítio muito complicado de se viver... no meu caso que estive sempre sozinho no dormitório obrigou-me a almoçar e jantar sistematicamente sozinho e a inventar formas de passar o tempo, mais que não fosse ir para o lab trabalhar a noite. A zona que eu gostei mais foi sem dúvida aquele cantinho do recife do lado da Beach House.
Quanto ao trabalho posso dizer que foi positivo, sequenciei um locus para todas as populações e ainda descobri mais primers e as condições ideais para continuar o trabalho no futuro. Para além disso aprendi técnicas novas, relembrei outras, li bastantes artigos, presenteei uma realidade diferente da nossa, conheci pessoas influentes na área... considero bastante positivo.
Obrigado a todos os que me proporcionaram esta experiência: à Fundação Luso-Americana e ao Imar, à Universidade do Algarve/ CCMAR, mais concretamente à Profª Rita Castilho, ao Hawaii Institute of Marine Biology, mais concretamente ao Steve Karl e ao Brian Bowen por me acolherem, à minha família (pais, mano e avós) e por último à Gi.
Deixo aqui algumas fotos como recordação destes dois meses: Coconut visto no Google Earth;
Algumas experiências com corais e outros invertebrados;

Hale Ulua - o meu dormitório;

O porto de abrigo e o edifício do meu laboratório;

A praia;

Beach House e o lago onde me espalhei ao comprido;

Uma ponte em ruínas;

O edifício novo onde estão a maior parte dos laboratórios;

O moínho de vento numa tarde típica;

The Light House;

O barco que nos transporta para a ilha principal (Lilipuna Pier ao fundo);

Agora vou de férias uma semana para a Big Island ter algum descanso merecido. Não sei se escreverei mais algum post para a semana, mas certamente que o farei quando chegar a Faro em Janeiro, para pôr as fotografias da semana na Big Island. Beijinhos e abraços e até ao regresso.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Carros

Já falei de gajas, já falei de surf e para ser um blog a sério, só me falta falar de carros... lol Não, estava a brincar, já tenho saudades do meu carro e de conduzir, estar dependente dos transportes públicos é péssimo!!! Gostava de descrever um pouco os estranhos gostos havaianos pelos carros.
Em conversa com os brasileiros que conheci disseram-me "porque você não comprou uma carro de $300 quando chegou? Ia durar os 2 meses que você está aqui e depois abandonava no aeroporto..." ya! E documentos? "Que documentos que nada... ninguém manda parar você, todos os brasileiros fazem isso!" Não sei se é coincidência ou não, mas hoje no jornal vi que o Mr. Eko da série Lost que é filmada aqui no Hawaii, foi apanhado esta semana a conduzir sem carta...
Por falar em Lost, estive um bocadinho assim de os ver... fui agora ao Shopping Mall e eles tinham a base parada no parque de estacionamento com uma data de caravanas, mas infelizmente estavam nas montanhas a filmar. É pena!
Para começar, na sua grande maioria compram carros de 2 nacionalidades: americanos (Mustang, Ford, Chevrolet, Buick, Chrysler, Dodge, Pontiac, entre outros) ou japoneses (os grandes Toyotas e Hondas, Nissan, Mazda, Mitsubishi). Não vi nenhum Honda Jazz!
Carros europeus vi alemães, praticamente só BMW e Volkswagen Beetle e não são muitos.
Relativamente aos modelos há 4 tipos: normais, os descapotáveis, os jipes ou pickups e os monovolumes. Os carros normais são para as pessoas normais ou que não ganham muito. Algumas famílias optam por carrinhas. Os mais endinheirados compram um monovolume. Até aqui tudo bem, o problema é que é uma minoria! A grande maioria das pessoas têm jipes ou pickups. Vêem-se bastantes Big Foot na estrada, inclusivé vi uma senhora assim já com mais alguns anos, ao volante de um bicho enorme que é quase necessário ter um escadote para entrar lá para dentro! Enfim! Os todo-o-terreno até dão jeito, especialmente os que têm caixa aberta, porque a maior parte das pessoas fazem surf e é fixe para levar a prancha.
Depois há os cromos que andam de descapotável, e como não podia deixar de ser... com a música aos altos berros para toda a gente ouvir. Quase sempre hip-hop, reggaeton ou outra foleirada qualquer. Tunnings há uns quantos e os carros são o auge. Muitos deles são Big Foot cheios de extras, cores e o típico autocolante das chamas! Os mais engraçados acabam por ser os carros normais cheios de neons, motores à mostra e pinturas extravagantes. Parece quase o Wacky Races! Hihihihi!
Quanto à segurança, de carro é obrigatório usar cinto de segurança, mas numa pickup podem levar todos os que quiserem lá atrás... será ainda escusado de dizer que quem anda de mota não usa capacete!!! O trânsito é muito confuso, as pessoas passam riscos contínuos duplos para virar à esquerda, para virar à direita não é necessário parar nos semáforos... é de loucos e estamos num sítio pequeno, faço ideia numa grande cidade do continente.
Vi também bastantes motoqueiros a passear ao fim-de-semana a mostrar a sua Harley; o motocross também deve ser bastante comum, pois vi também muitas motas a reboque de jipes.

domingo, dezembro 10, 2006

Hanauma Bay

Domingo era a minha última oportunidade para visitar Hanauma Bay.
Quando cheguei do concerto ainda fui ver os horários dos autocarros e tinha de apanhar 2, ou seja, ia demorar 3 horas para cada lado, mas tinha de ser.
Entretanto a Emilie ligou-me às 8h da manhã a dizer que afinal vinha comigo e com mais um amigo. Porreiro! Ia de carro e, especialmente, tinha companhia para passar o dia!!!
Acordei às 10h e preparei tudo cuidadosamente, tomei o pequeno-almoço e apanhei o barco das 11h. Quando cheguei ao outro lado, enquanto esperava pela Emilie e pelo amigo, percebi que não tinha sido tão cuidadoso quanto isso: esqueci-me dos calções de banho e do guia de peixes. Mais tarde vim a perceber que só tinha 1 set de pilhas meio carregado!!!
Enquanto eles tomaram o pequeno-almoço/ almoço eu fui comprar uns calções de banho exóticos cheios de flores... não há mais nada à venda, tudo tem flores, mas até gosto deles.
Chegados a Hanauma Bay entrámos para um auditório onde vimos um filme onde alertam para não pisar os corais, não alimentar os peixes, não mexer em nada. É proibido fumar. Hanauma Bay é uma praia que fica numa baía originada por um vulcão. Hoje em dia é reserva marinha e, obviamente paga-se entrada.
Nesta praia estão milhares de turistas a fazer snorkeling, mas como ninguém faz mal ao peixe, eles andam por ali. Parece um aquário. Pena a visibilidade estar uma porcaria, não tirei fotos de jeito. Vi um polvo, umas tartarugas e mais uns peixes novos para a minha colecção. Alguns deles bem grandes. À saída ainda vimos uns sacarrabos!


Saímos de Hanauma Bay e fomos ao Farol de Makapu'u. Espectacular! É um ponto de observação frequente de baleias-de-bossa, mas o mar estava um bocado encrespado pelo vento e não vimos nenhuma. Valeu pelo passeio.







A caminho de casa passámos no Teddy's, eu e a Emilie bebemos um belo batido de chocolate e o amigo dela um batido de manteiga de amendoim!!! Hum que bom, que enjoativo!

Concerto de U2 e Pearl Jam

Sábado foi dia de concerto no Aloha Stadium, um estádio de baseball. Enorme no seu todo, no entanto o espaço do relvado não é muito extenso, as bancadas são quase verticais, o que dá a sensação de estar tudo em cima do acontecimento. Os U2 eram para ter tocado aqui em Abril, mas morreu um parente de algum deles e decidiram passar para o último concerto da tournée, o concerto 131. Juntando o último ao agradável, os Pearl Jam decidiram acabar o tournée deles também aqui no Hawaii e juntaram os concertos. As expectativas eram altas! Era um concerto que não podia perder!
Apesar de tudo já me tinham avisado que o público americano era uma porcaria, que havia cadeiras no relvado... e que eles revistavam a sério e não podíamos levar pistolas para provocar desacatos caso o concerto corresse mal... lol estou a brincar... não podíamos levar máquina fotográfica, aliás como podem ver logo no bilhete! Pelo sim pelo não, tomei a pior decisão (como sempre) e não levei a máquina. Devo ter sido o único, mas o Rui tinha o telemóvel, tirou algumas e disse que depois mandava.
Mas comecemos pelo princípio. Marquei um churrasco com os brasileiros antes do concerto para o warm up. Frango no churrasco, dvd dos U2 a passar no computador, muito porreiro.
Entretanto comecei a ficar em pulgas e lá para as 18h a mulher do Rui foi-nos levar ao estádio. Ficámos de nos encontrar com o Márcio lá dentro.
1º a entrada no concerto é uma verdadeira desorganização. Eu e o Rui tínhamos bilhetes diferentes, eu no relvado e ele quase no topo do mundo. Tanta treta com as portas onde podíamos entrar e no fim entrámos pela mesma porta, não fomos revistados, lá dentro tínhamos acesso a todos os lugares na mesma! Pior, os bilhetes não são controlados electronicamente, mas sim pelo olho de falcão do empregado e da sua lanterna!!! Que país é este que está (supostamente) tecnologicamente 10 anos mais avançado que o resto do mundo? Até o Tony Carreira dispõe dos torniquetes quando toca no Pavilhão Atlântico! É nestas altura que tenho pena de não acreditar em Deus ou ser católico para poder dizer "Meu Deus..." "Minha Nossa Senhora", mas sempre posso dizer "C'a breca", "Com mil coriscos" ou até "Mil milhões de macacos" (do nariz).
O 2º passo era tentar meter o Rui no relvado para não vermos o concerto separado. Fácil demais. Entrei, dei a volta, encontrei-o na bancada, cumprimentei-o com um valente bacalhau e toma lá o bilhete. Ele entrou normalmente!
Bom, a 1ª banda a tocar foi o manager dos U2, Rocco Reedy and the Devils. Os velhotes tocavam um rock jeitoso! Bastante audível!
A seguir entraram os ENORMES PEARL JAM! O Eddie entrou com uma t-shirt preta que dizia "Eddie would go" em memória a Eddie Aikau.
O som começou logo mal... bem pior que a banda anterior. Depois de um concerto de quase 3h no fim-de-semana passado, o maior dos últimos tempos, e de um concerto surpresa em Waimea durante a semana na abertura do festival de surf de ondas grandes da Quicksilver, estava à espera de pelo menos umas 2h de concerto potentíssimas. Errado, só tocaram uma hora e não tiveram direito a encore. Foram tratados como uma banda banalíssima enquanto eu esperava quase como que uma parceria de 2 grandes bandas! Que falta de respeito para com os fans! À parte disso, o som melhorou um bocado (ou os meus ouvidos habituaram-se) e foi uma hora potentíssima. Não me lembro de todas, mas o concerto começou com a introdução do Once, tocaram Crazy Mary, Even Flow, Given to Fly, Evolution, Better Man, Alive, umas duas músicas que eu não conhecia de albuns mais recentes e tocaram uma música de um havaiano chamado IZ, Hawaii 78. Este senhor pesava uns 300kg (só vem comprovar a minha teoria), já bateu a bota e se não me engano foi o criador da famosa música "Twinkle twinkle little star"! A música que tocaram era espécie de diálogo com os deuses onde falava sobre a preservação e o respeito pelo mar e pela terra... quem me explicou isto foi o Rui que eu não conhecia.
Entretanto acabou o concerto e encontrámos o Márcio, o outro brasuca.
A 3ª e última banda a entrar foram os U2. 47000 pessoas a aplaudir de pé, o Bono entra com uma bandeira enorme dos USA. Som excelente! Afinal o público americano não era assim tão mau, mas contavam-se os havaianos pelos dedos das mãos, era quase tudo estrangeiros e americanos do continente.O palco era uma coisa como nunca tinha visto: era gigante e tinha 1 pontão de cada lado que vinham até 1/3 do relvado; atrás tinha uma ecrãn dinâmico com cerca de 100mt de altura, onde ora passavam imagens do próprios espectáculo ora faziam animações, os blocos deslizavam e surgiam holofotes por detrás que apontavam para os músicos e para o público. Já fui a muitos espectáculos e nunca tinha visto nada assim! Fiquei esclarecido: é a maior banda do mundo e arredores. Só faltou o fogo de artifício a sair por cima das bancadas!
O concerto foi constantemente um apelo à paz, à coexistência das religiões, pelos direitos humanos... fizeram uso do seu poder para apelar à paz! Claro que momentos altos do concerto foram o "One" onde o Bono pediu para ligarmos os telemóveis como se de uma árvore de Natal se tratasse e apelou pela causa da Sida e da pobreza, especialmente em África, e o "Sunday Blooddy Sunday"onde com uma fita na cabeça com esta mensagem:

O sonho de qualquer músico é tocar com a sua banda preferida. Houve um caramelo qualquer do público que pediu ao Bono para tocar orgão numa música e ele deixou. Tocou a música do princípio ao fim sem erros (pelo menos que se notasse muito). Outras pessoas do público foram puxadas para o palco.

2 encores e, no último, aparecem com o vocalista do Green Day Billie Joe Armstrong e tocaram o "The Saints are Coming". Em seguida, o momento que todos esperavam (pelo menos eu esperava), entraram o Eddie Vedder e o Mike McCready para tocarem o "Rockin'in a free World" do Neil Young. Já o tinham feito juntos na Austrália e voltaram a repetir. Espectacular, belo momento! Depois mais uma dos U2 e acabou!

Já não havia autocarros para Kaneohe, estava a pensar fazer tempo em Waikiki até às 6h da manhã ou apanhar um táxi que me ia sair carote. O Rui trouxe-me a Coconut!!! 5 estrelas! Valeu cara, caíu do céu! Salvou-me o dia seguinte! Se tenho ficado a beber copos em Waikiki nunca iria a Hanauma Bay como estava a planear.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Mais de vida quotidiana

Uma vez mais não tenho fotos para mostrar. Coconut Island virou uma espécie de Alcatraz de luxo(com algumas regalias e licenças precárias, é certo), o sol esconde-se atrás das nuvens, o vento é demasiado para mergulhar e torna a água fria e turva, começa a ficar frio para andar de calções e t-shirt, o trabalho é o meu amo e o computador o meu amigo/ parceiro de trabalho. Conclusão: já estou a chegar ao fim e vejo com bons olhos a ida para Portugal!!! :) Passeio e trabalho não são a mesma coisa, gosto muito mais do primeiro. Sinto-me muito cansado e estou mesmo a precisar das férias que aí vêm, mas até lá ainda tenho um último fim-de-semana em Oahu que estou certo que vou aproveitar bem, seguido de mais uma semana de trabalho. Mas o que aí vem fica para posts futuros. Começo também a fartar-me da solidão e de almoçar e jantar quase sempre sozinho! Enfim, não pode ser tudo bom, tem de haver alguns sacrifícios, mas já só falta uma semana.
Esta semana passei-a quase sempre em frente ao computador e no meu dormitório, nem sequer tenho ido ao lab. Tenho estado a tratar dados desde 2ª feira e não tenho vontade de fazer nada. A roupa suja amontoou-se no chão, a loiça em pilha no lava-loiça, enfim... Consegui fazer aquilo que ninguém deseja e só os idiotas mais idiotas o conseguem fazer: gravar um ficheiro mais antigo sobre um mais recente e perder 2 dias inteiros de trabalho a sério a torrar os olhos em frente a códigos genéticos e gráficos que mostram que o raio das anchovas são compostas apenas por 4 letras, multiplicadas N vezes, dispostas de uma determinada forma... o que há de novo????? lol Ainda não sei, espero que bons resultados!
No meio disto tudo, acabo por perceber que ao reanalisar os dados, tinha algumas imprecissões na análise e que até foi bom refazer tudo de novo!!! Há coisas do caraças... Quem sabe se o Darwin tivesse deixado cair o seu caderno de apontamentos ao mar após a viagem do Beagle ao refazer o estudo não iria descobrir uma nova teoria de Evolução?
Entre horas ao computador, faço umas pausas de vez em quando vou dar umas voltas pela ilha. Há 3 dias trás vesti a t-shirt e lá fui eu. Passei pela praia, apanhei uma conchas e continuei até à beach house. Pelo caminho encontrei a razão das armadilhas para os ratos: eles realmente existem apesar deste estar morto. Devia ser um sinal dos deuses!!! E que sinal... bom, lá continuei até à beach house e em frente há uma espécie de lago que tem comunicação com o mar. A maré estava baixa e havia um carreiro de pedras que conduziam até ao centro do lago. Não vale a pena perguntar porquê, porque já o fiz 1000 vezes a mim próprio, mas resolvi seguir as pedras... está-se mesmo a ver o que aconteceu! Até uma certa parte as pedras estavam direitas, mas depois alinhavam-se inclinadas, cheias de lama e escorregadias, e 2 ou 3 passos foram suficientes para dar um enorme bate cu. Por acaso estava de calções de banho, mas fui de t-shirt à água, estou todo cortado no braço, pé e perna, mas ainda fiquei a rir-me dentro de água do disparate! Quem acampou comigo em tempos lembra-se perfeitamente quem é que se espetava sempre ao comprido, quer a pé, de bicicleta ou a passar riachos!!! Bons velhos tempos! Se tivesse aqui um moscatel até era rapazinho para fazer um brinde a esses míticos acampamentos! O que vale é que desta vez ninguém viu. Voltei para casa, tomei um banho quente, estanquei o sangue e resolvi a questão... pus a t-shirt para lavar!
A pensar em pagar a conta da semana que vem relativa ao alojamento, fui ao shopping mall levantar dinheiro e aproveitar para desenjoar de coconut. O Alojamento terá de ser pago em "cash", o que para mim é uma chatice porque só estou a conseguir levantar $200 de cada vez... Entretanto no mall, dei por mim a ouvir atentamente a orquestra filarmónica duma escola secundária qualquer aqui da zona que insistia em tocar músicas de Natal para os 20 familiares que aplaudiam na cadeiras da frente. Ao que isto já chegou!!!
Por último, esta semana o meu Benfas jogou em Manchester para a Liga dos Campeões e eu, já ressacadíssimo de futebol, tornei-me cliente do site da UEFA e paguei uns quantos dólares para poder ver o jogo... :) perdemos mas enfim, já deu para ver qualquer coisinha.

domingo, dezembro 03, 2006

Scuba diving Advanced course - deep and night

Ontem dia 2 de Dezembro fui acabar o curso de mergulho avançado. Os mergulhos foram em Honolulu e fiz as especialidades de mergulho profundo que coincidiu ser num navio afundado e o mergulho nocturno.
O mergulho profundo foi no Sea Tiger. É um navio com 56m de comprimento que pertencia à marinha mercante chinesa. Não é um navio muito antigo, tem pouco coral e tinha também pouca vida. Só por si é imponente e por isso valeu o mergulho.
Já saímos tarde do porto de Ala Moana, por isso fizémos o mergulho quase de noite!!! Não sei se está relacionado, mas o navio tinha pouca vida. Está em fundo de areia, por isso devia servir de refúgio e estar cheio de peixes. Como era quase noite, se calhar dispersaram...
Descemos até ao convés a 30mt de profundidade, estivemos cerca de 28 min, onde demos a volta a todo o navio e depois subimos com uma paragem de descompressão a 3-5mt, antes de atingirmos a superfície.
Neste mergulho um dos gajos que pertencia à escola de mergulho era um chato do caraças e estava sempre a dizer para andarmos e a apressarmo-nos! Chatice! Por ser já escuro, Não consegui tirar fotos de jeito, pois tinha de disparar o flash e este apanha as partículas em suspensão da água e as fotos ficam uma porcaria!
Entretanto caíu a noite cerrada, Honolulu e Waikiki estavam brutais, tudo iluminado. Esperámos uma hora e pouco a bordo da embarcação para deixar sair o azoto do corpo, antes de fazermos o 2º mergulho.
O 2º mergulho foi em Kewalo Pipe, também na baía entre Honolulu e Waikiki. Foi a 15mt de profundidade e ficámos 45min no fundo. O mergulho em si não é nada de especial, é fundo de areia e tem um tubo que continua por muitos e muitos metros. Como é um mergulho nocturno tinha de ser num sítio simples para evitar que alguém se perdesse. Adorei o mergulho! Antes de mergulhar estava com algum receio do que pudesse vir do negro, do nada, mas assim que entrei dentro de água... uauauauauauau! Espectacular! É uma sensação única! Aqui vi umas lulas, uns cavacos, alguns peixes engraçados e o mais giro de tudo foi um caranguejo enorme a cortar um ouriço-do-mar como se de papel se tratasse!!! Gostei mesmo muito!






quinta-feira, novembro 30, 2006

Vida Quotidiana

Esta semana tenho tido bastante trabalho, por isso não tenho fotos bonitas para vos contar, nem descrições de novos paraísos. Há mais ou menos duas semanas que o meu percurso tem sido casa-lab-casa com algumas idas ao supermercado, o que por um lado é bom significa que estou a fazer progressos. O trabalho, esse vai correndo, estou à espera das sequências para saber mais coisas! Não vou aqui pôr fotos de géis, nem dizer o que sei sobre pcr's ou clonagem... Quer dizer, sobre clonagem até vos posso dizer que é um processo que exige o máximo de condições de assépsia possíveis. Não obstante, com o máximo dos cuidados, deixei as placas a incubar na estufa a 37ºC e noutro dia quando lá cheguei tinha as placas cheias de formigas!!! No mínimo bizarro! De onde é que estes seres aparecem? Para acabar com as confusões, nas clonagens seguintes vedei as placas com parafilme. No dia seguinte tinha buracos no parafilme e formigas dentro das placas... rendi-me às formigas tanto no dormitório como no lab.
Ainda no contexto do lab, no outro dia telefonaram da portaria para ir buscar uma encomenda. A Cláudia não estava, por isso fui buscar as chaves da carrinha e lá fui eu. 1º a carrinha é uma pickup mais destruída que o meu starlet com 20 anos já depois de ter sido abatido; não passava numa inspecção automóvel nem no Burkina Faso... talvez em Olhão passasse! 2º mudanças automáticas que eu nunca tinha visto na vida e 2 pedais somente! 2 pedais um para acelerar e outro para travar, se as mudanças são automáticas a embraiagem deixa de fazer sentido, como é óbvio. O problema foi travar com o pé esquerdo... tentem lá para verem como é bom. Depois foi a fase da experimentação... as letras estavam apagadas e eu tive de perceber qual a posição para andar para a frente e para trás!!! Depois de uns 10min a tentar domar o bicho, foi fácil...
Quanto à "vidinha" por aqui, as minhas diversões são ver filmes (já papei tudo o que havia de recente no cinema), fazer umas apneias de vez em quando e sentar-me ali no cais a ver a bicharada. A bicharada anda aqui por um motivo: o Jon vai processar as suas raias para ali para o cais, atirando alguns restos para a água, o que atrai e fixa alguns parasitas.
O Camões, esse até tem desculpa, porque é zarolho, coitadinho! O amigo dele, o Gorbatchev, está lá para o apoiar e é comuna, também tem alguma desculpa. Afinal, todos temos de contribuir para uma causa comum! Temos 2 ou 3 barracudas e uns quantos Trevally's de barbatana azul que são os que comem de emboscada, vêm do nada e roubam o "pão da boca".
Lembram-se da outra moreia de que vos falei? Pois bem, é uma das três moreias residentes, de 2 espécies diferentes. Com algum cuidado até podemos dar festas e costumam ser o alvo das atenções. Por fim temos o Esbuga, um peixinho simpático de olhos esbugalhados, mas que só apanha mesmo o que os outros deixam.



Não posso também de exprimir uma sensação de contraste na minha ida ao shopping. Sol, calor e entro pela porta dentro, jingle bells, árvore de natal e empregados vestidos de duendes e de pais natais. Cum catano! Isto é demais para mim... só faltava uma gorda havaiana em biquini fio dental perguntar-me o que é que eu queria que o Menino Jesus me deixasse no sapatinho... safa-te!
Como não podia deixar de ser, tive de cometer o engano da semana e no supermercado olhei para as bolachas e bolinhos e decidi levar um pacote. A imagem parecia um daqueles biscoitos normalíssimos de laranja, de nome Hawaiian Royal Creems, com aspecto dignos da Dan Cake, mas burro devia ter lido as letras mais pequenas em baixo que diziam ginger minis! Bolinhos de gengibre? Hui ca bom!!! São especialmente enjoativos. Sabem quando uma pessoa pensa num biscoitinho, sabem? Aquele saber doce... pois, não é nada disso, não tem nada a ver! São uma royal porcaria!

sexta-feira, novembro 24, 2006

Thanksgiving Day

Esta semana tem sido tranquila.
Mais um feriado a meio da semana, que é para ninguém trabalhar e eu a ver os dias a passar. Chefe fora por uma semana e tal, sol, pouco vento... estavam reunidas boas condições para a prática da modalidade: dar uns mergulhos e apanhar sol! Ao que parece já começo a ver alguns resultados ao fundo do túnel, mas é melhor não deitar foguetes antes de ver as sequências, e por isso não há descanso extra e toca a trabalhar que o tempo urge. Faz de conta que está frio, baixa-se a temperatura do ar condicionado do lab e imagina-se chuva e uma tempestade imesa lá fora. Pronto, ok, é impossível eu sei, mas tem de ser!
Quanto ao feriado, não foi um feriado qualquer, foi o dia de Acção de Graças. Nos USA, o dia de Acção de Graças é celebrado na 4ª 5ªf de Novembro e é como se de um Natal se tratasse! Mesa cheia de comida, sentar à mesa a partir das 17h e vai festa pela noite dentro. É uma espécie de Natal antecipado sem prendas. Como aqui o Tuga nem sequer tinha na sua memória mais profunda o Thanksgiving Day, estava a pensar em fazer um dia normalíssimo, tranquilo, provavelmente sem ver ninguém aqui na ilha. Esperem lá, há um episódio qualquer dos Simpsons em que o Bart faz merda (sim, poderia ser um episódio qualquer), fica de castigo e foge pela janela, tinha perú, convidados... devia ser o Thanksgiving!
Ok, voltando ao Thanksgiving... Uma vez que o Steve não está, eis que o Brian me convidou para ir a casa dele jantar. Uma boa oportunidade para socializar. Muita gente, muita comida, muitas crianças aos gritos, mesmo aos gritos durante todo o tempo! Levei máquina mas idiota, esqueci-me de tirar fotos. Fica para a próxima!
Foi giro, no final como toda a gente, até tive direito a levar um pratinho de comida para casa. Entretanto quando cheguei, esqueci-me dele em cima da bancada e ao que parece as formigas não estavam contentes com o banquete de Thanksgiving que lhes deixei tanto no lava-loiça (vulgo pilha interminável de pratos, copos, talheres, tachos e frigideiras) como no caixote do lixo e resolveram começar o fastio. Quando dei por isso não me dei por vencido e pus o prato no frigorífico, baixei-lhes o metabolismo. Hoje estavam deliciosas e ainda ganhei proteína! Digam lá que não estou espertinho, hein?
A seguir ao Thanksgiving vem a maior baixa de preços da América. Não me perguntem a relação que não sei explicar... a seguir ao Natal ainda percebo porque estamos em fim de estação, é preciso escoar artigos, agora a seguir ao dia de Acção de Graças?
É uma loucura, as lojas abrem à meia-noite, 1h...5h da manhã, as pessoas fazem filas de horas antes das lojas abrirem, para comprar coisas. Presumo que seja mais um mito urbano, pois achei que era a minha oportunidade de comprar um IPod daqueles cromos talvez com 50% de desconto, mas tudo o que eles faziam era $20!!! Metam os descontos num sítio que eu cá sei! A verdade é que se ouvem falar de portáteis a $200 e roupa barata. Já que tinha de ir comprar comida e carregar o telemóvel, dei um salto ao shopping. Muita gente, mas não encontrei pechincha nenhuma...Enfim!
Reservei este fim-de-semana para aproveitar o embalo dos bons resultados e trabalhar. Era suposto ir no Domingo a Hanauma Bay, mas acho que vou trocar por um dia de semana. Menos gente, tenho a carrinha que me leva e trás da paragem do autocarro... mais confortável!

domingo, novembro 19, 2006

Ondas

Domingo foi dia de ondas! Finalmente ia ver o que eram as famosas ondas do North Shore havaiano. Tomei o pequeno almoço, deixei as minhas mochilas na recepção e fui dar uma volta. A intenção era dar uma voltinha, regressar, arranjar uma tábua e ir surfar.
O plano saiu gorado, pois comecei a andar e as 1ªas ondas que vi, eram as maiores e demasiado grandes para mim, em Rockpiles. Continuei a andar pela praia, fui tirando fotografias, parava mais um bocado... quando dei por mim já estava em Sunset Beach (cerca de 5km).
O que dizer das ondas? São bastante perfeitas, os picos são fixos, há ondas para todo o tipo de gostos e de pranchas. Por exemplo, Sunset só tinha longboards. Estava pequeno, mas mesmo pequeno há sempre um ou outro point que dá ondas grandes. Vi putos de 10 e 12 anos a fazer grandes ondas, miúdas a fazer também altas ondas, estava montes de gente por todo o lado, vi a maior concentração de teleobjectivas, só não vi Banzai Pipeline a funcionar. É pena, nunca digas Banzai! O que eu não vi foi pessoal muito cromo em Bodyboard, não vi nenhuma manobra espectacular, nenhum aéreo, nenhum ARS...
Voltei para trás, mas parei a meio num boteco brasileiro para comer. Nada mau e nada caro!
Quando cheguei ao hostel já não me apeteceu pegar na tábua e anda mais uns 2 ou 3km de tábua na mão, para ir surfar. Pode ser que ainda lá volte...
Agarrei nas minhas coisas e ala para Coconut que se já ia fazendo tarde.








Os vídeos não ficaram grande coisa, mas aqui vão uns quantos:




North Shore: scuba diving advanced course

Este fim-de-semana fui novamente para North Shore, desta vez tinha o curso de mergulho avançado. Queria fazer uns quantos mergulhos enquanto cá estivesse e o curso foi a forma que arranjei de mergulhar mais barata, para além de me dar mais uma certificação.
Mas comecemos pelo princípio... 4ªf passada enviei um mail para o Backpackers Hostel a reservar uma caminha para o fim-de-semana. Recebi um mail a dizer para ligar para lá, mas como da outra vez não houve stress e havia camas vagas não liguei. O problema é que havia ondas este fim-de-semana e como tal, North Shore estava a abarrotar.
Cheguei a Pupukea na 6ªf eram 19h15 e a recepção fecha às 19h. Não havia chave nenhuma em meu nome na caixa do correio, bati à porta e ninguém apareceu... Depois de muito procurar lá achei o rapaz da recepção. Conclusão: Tudo cheio e o que havia vago era um quarto (vulgo cubículo com um beliche) que custava a módica quantia de $65. A minha sorte foi que apareceu outro gajo na minha situação e acabámos por dividir o quarto.
Para a noite seguinte a situação complicou-se e acabaram por me alugar um sofá na sala, mas ao menos tinha portas, por $20. Como ia chegar cansado do mergulho ia dormir de qualquer forma... que viessem as dores nas costas que eu ainda sou novo!
Eram 7h e pouco da manhã de sábado, já estava no centro de mergulho. Fomos para a costa Oeste para uma praia chamada Kahe beach park. Tem uma central termoeléctrica por trás e é nesta praia que descarregam as águas de arrefecimento das turbinas. Uma espécie de S. Torpes cá do sítio. O fundo é de areia, com alguma rocha e alguns corais. O peixe concentra-se à saída das turbinas.
Como é um fundo fácil, pouco profundo e com alguma vida, todas as escolas de mergulho da ilha fazem cursos e mergulhos nesta praia. Debaixo de água estava o caos, muita gente especialmente na parte da manhã.
Fiz 3 especialidades: navegação, fotografia (de manhã) e busca e recuperação (à tarde).
Os mergulhos acabaram por se revelar engraçados com alguns exercícios giros e úteis, demos umas voltas, observei um montes de espécies novas, tirei algumas boas fotos e diverti-me bastante. Só não gostei mesmo do tráfego.
Para completar o curso faltam 2 mergulhos e estes é que vão ser a valer: mergulho profundo que vai ser num navio afundado e o mergulho nocturno, ambos marcados para dia 2 de Dezembro. A turminha que fez estes módulos era constituída por 2 brasucas e 3 americanas, o instrutor e um ajudante que nunca lhe cheguei a ouvir a voz.









No regresso, lá me instalei no meu "quarto", estive a fazer um pouco de sala (literalmente) a ver uns filmes na tv e a conversar um pouco com o pessoal, mas lá para as 23h e tal meia-noite tive de lhes pedir para se pôrem a andar que aqui o menino queria fazer óó!

Reef 42

Na 6ªf à tarde, entre uma gel e um pcr, fui com o Steve aos recifes 19 e 42 aqui da baía de Kaneohe.
Ele foi lá trocar os aparelhómetros das temperaturas e eu fui com ele. Depois aproveitámos e fomos dar uma espreitadela ao recife 42. É uma elevação que vem quase até à superfície e está coberta de coral e cheia de buracos onde centenas de tartarugas descansam... Dei a volta ao recife a nadar e nunca deixei de ver tartarugas. Devo ter visto mais de 50. O Steve diz que a certa altura estava a ver ao mesmo tempo 9 tartarugas.